O ladrão do meu Eu

O ladrão que me roubou você vive dentro de mim, devastando a minha felicidade e saqueando o meu coração, me fazendo viver sem amor, sem sentido e sem razão, o nome desse ladrão se chama “solidão do meu eu”, solidão essa que insiste em me acompanhar, perturbar minha mente, me roubar tudo que construo e tudo que amo. E é essa solidão que alimenta a minha vida, fazendo assim renascer todas as tristezas que já vivi e até mesmo projetando tristezas que ainda nem mesmo existem. Fecho meus olhos e a única coisa que vejo é tristeza, a mais pura tristeza. Me afogo em um sentimento tão ruim, que vem  sendo eterno e dono do meu ser, mais logo eu? Mais por quê? São perguntas que não consigo responder ou explicar; já fui amado, já amei, já chorei de emoção, por muitas vezes pude sorrir, me alegrei em amar, já fui fonte de amor, mais hoje, sou triste e sou tristeza, sou preso e aprisionado, vivo infeliz e sou uma fonte de infelicidade e o que mais me doí é saber que eu mesmo que criei esse ladrão em minha vida, o mais perverso que já existiu, e é esse ladrão que delimita minhas emoções”. Sou ladrão de mim, sou da minha alegria motivo de tristeza, sou do meu amor motivo fracasso e sou de mim motivo de solidão. Afoguei-me em algo onde não posso sair,me tornei no mar da solidão uma gota de sofrer e nele eu desaguei a minha realidade de estar unido ao nada que sou. Mais um nada também tem vida, mesmo que seja aquele ultimo suspiro que grita um gemido inefável de Socorro. “Quem poderá me defender e resgatar-me do ladrão que me roubou de mim, fazendo assim com que eu perdesse o sentido da minha vida que é você”.

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  Bruno Pereira Raimundo